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Eliane Tranchesi- Uma das donas da boutique Daslu

Todo cuidado é pouco, para não ver a imagem de grandes empresas em situações de Crise; ter a imagem envolvida em acusações de corrupção e sonegação é um duríssimo golpe. Mesmo que depois seja comprovada a inocência da companhia, a exposição negativa é osuficiente para arranhar a reputação. Quando as empresas comercializam produtos e serviços, na verdade as companhias estão vendendo, indiretamente, a confiança à seus clientes. Pensando nisso, é que elas raramente saem ilesas de um abalo à reputação.
Uma vez ocorrida uma crise dessas, os negócios sofrem dois tipos de prejuízo.
 O primeiro, e mais facilmente mensurável, diz respeito à administração imediata do problema. São gastos com advogados, publicação de informes de esclarecimento público e desenvolvimento de estratégias de gestão de crise que, somados, não saem por menos de 2 milhões de reais. O segundo, no entanto, nada se compara relacionado aos danos de imagem, como fuga de talentos, desconfiança em relação à marca e perda de contratos e clientes.
No caso de uma crise provocada por acusações de crimes do colarinho branco, como a que atingiu a Daslu, esta, tem no mínimo um custo de 10% do faturamento anual.
Zelar pela reputação e pela imagem pública tornou-se uma questão de sobrevivência para as empresas. As companhias têm se esforçado e investido muito pouco para evitar esse tipo de crise, assim manter uma boa imagem perante clientes e fornecedores, tornou-se um grande desafio. 

Relembrando o caso Daslu: A crise da loja mais luxuosa do país começou em julho de 2005 com uma megaoperação (chamada Narciso) da Polícia Federal e da Receita Federal. O que na época resultou na detenção, por 12 horas, de Eliana Tranchesi, dona da Daslu, e na apreensão de documentos. Antonio Carlos Piva de Albuquerque, irmão de Eliana, ficou preso por cinco dias, sendo liberado e preso novamente em 2006. A maior butique de luxo do país era acusada de importação irregular. A empresa teria construído um esquema para subfaturar importações com o objetivo de sonegar impostos.
O que foi a operação Narciso: A operação Narciso ocorreu em julho de 2005. O alvo foi a Daslu, comandada pela empresária Eliane Tranchesi
Segundo as investigações, Tranchesi e mais alguns importadores que trabalhavam para ela montaram um esquema para que pagassem menos imposto. 

No esquema, a Daslu era a responsável pela negociação, compra, escolha e pagamento de mercadorias no exterior e, após tais atos, entravam em cena as importadoras (tradings – o que  quando alguma empresa deseja exportar e não possui estrutura necessária para executar todo o processo, contrata um Trading Company, para transformar sua exportação em venda à vista no mercado interno), mas na verdade eram responsáveis pela falsificação de documentos e faturas destinados a permitir o subfaturamento do valor das mercadorias. 

Os casos de sonegação dizem que não é um mal tão grande, inclusive, porque parte do dinheiro vai para o bolso dos corruptos. Mas esse ponto de vista ficou desatinado e confuso depois da condenação de Eliane tranchesi, sócia da loja de luxo Daslu. Eliana e o irmão- ex diretor da boutique Antônio Piva, por serem os mentores do esquema, foram condenados há 94 anos e seis meses em primeira instância em março de 2009 por formação de quadrilha, falsidade ideológica e descaminho- importar ou exportar mercadoria sem os devidos pagamentos de impostos, os outros parceiros são: André de Moura Beukers, da importadora Kinsberg, Christian Polo, da importadora By Brasil, Roberto Fakhouri Júnior e Rodrigo Nardy Figueiredo (ambos da importadora Todos os Santos). No dia seguinte à prisão, ainda houve quem se escandalizasse com o fato da pena ser muito maior do que para os assassinos e outras até que defendesse a decisão do supremo. De fato quase um século, é uma pena duríssima, mas com certeza ao chegar aos tribunais superiores, ela será reformada. No caso da Daslu, a Justiça verificou que esse comportamento desleal era sistemático. A repetição do crime levou à multiplicação da pena. A juíza Maria Isabel do Prado somou as penas e a condenação deu no que deu.
Em meio a tudo isso, o que fica claro é que depois do escândalo vem à punição, justa ou não, as conseqüências dos seus próprios deslizes irão aparecer e a punição para tipos de crises assim, não serão positivas para a imagem da empresa ou pessoa.
Últimos acontecimentos- Os últimos fatos a respeito do escândalo Daslu, diz que o STF (Supremo Tribunal Federal) negou o pedido de liminar de diretores e gerente da empresa de comércio exterior Columbia Trading S/A. Os empresários reivindicaram que a ação penal fosse considerada nula, alegando que a denúncia do Ministério Público Federal teria se baseado em prova ilícita.
Segundo o Ministério Público, o ilícito consistia na fraude de guias de importação para ocultar a Daslu como verdadeira adquirente das mercadorias. Os empresários reivindicaram que a ação penal fosse
considerada nula, alegando que a denúncia do Ministério Público Federal teria se baseado em prova ilícita.
Contudo, fica confirmado que na maioria das vezes, as crises acontecem por culpa exatamente dos funcionários e dos próprios executivos. A dica é preparar um bom gerenciamento, afinal, seja qual for a crise, todas produzem impactos diferentes conforme a característica da companhia atingida. Ao final uma única coisa é certa, o caminho será difícil e terá um preço!

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